A prática que no passado em nada comprometia, tornou-se perigosa pela possibilidade de danificar o catalisador
No passado, era frequente o motor se recusar a pegar e o condutor insistir no arranque. Tentava uma, duas, várias vezes até a bateria arriar. A solução era fazer o motor “pegar no tranco”. Como assim?
Jogava o carro ladeira abaixo, pé pisando fundo a embreagem e a caixa engatada em segunda ou primeira. Com o carro embalado, o motorista tirava o pé da embreagem e o movimento das rodas fazia o motor girar, até pegar. Se o carro estivesse no plano, o “morro abaixo” era substituído por dois ou três musculosos voluntários que empurravam o carro.
Mas, em determinadas situações, o motor não pegava de jeito nenhum, pois estava “afogado” (com excesso de combustível nos cilindros) ou fora do ponto ou com outro problema qualquer. Neste caso, uma boa quantidade de combustível injetada dentro do motor era expelida, mesmo sem se queimar, pelo escapamento.
Os automóveis modernos ainda admitem essa prática, desde que não estejam equipados com câmbio automático, pois a “operação-tranco” só é possível com câmbio manual.
Entretanto, se no passado era possível tentar fazer o motor “pegar no tranco” sem nenhuma sequela, hoje esta operação deve ser evitada a todo custo pois os automóveis são equipados com um catalisador no escapamento. Exigência da legislação ambiental que estabelece limites dos gases venenosos emitidos pelo motor.
Ora, o catalisador reduz a nocividades dos gases submetendo-os a uma reação química com elementos nobres em seu interior, por isso seu elevado custo. Então, ao tentar fazer o carro pegar no “tranco”, pode-se estar expelindo combustível não queimado pelo escapamento. Que vai fatalmente danificar o catalisador, projetado para receber gases queimados na combustão, não em estado quase líquido.
Então, a prática que no passado em nada comprometia, tornou-se perigosa pela possibilidade de danificar o catalisador e… o saldo bancário do dono do automóvel.
Fonte: AutoPapo