Você sabia que pequenas atitudes simples podem reduzir o consumo de combustível em mais de 40%? Veja neste artigo como fazer para conseguir essa economia.
ANTECIPE-SE
Ao dirigir é aconselhável manter certa distância dos veículos à sua frente. Não fixe seu olhar no carro imediatamente à sua frente, mas sim em dois ou três depois dele. Observe o trânsito a 50 metros do seu carro. Tudo isso lhe dará uma visão mais ampla do trânsito e uma ideia de qual faixa anda mais rápido. Há uma obra à esquerda? Pegue à direita e siga sem interrupções. O ônibus está chegando ao ponto? Mude de faixa bem antes, para não ter que frear atrás dele e ficar pedindo passagem.
Com uma visão ampla do que existe à frente, você tem tempo de se antecipar e evita pisar no freio e voltar a acelerar diversas vezes. Imagine um carrinho de supermercado lotado de arroz. É mais fácil tirá-lo da imobilidade ou continuar a empurrar um que já esteja em movimento? O princípio é o mesmo para o carro. Nada gasta mais combustível do que o para e anda – por isso o consumo rodoviário é menor que o urbano.
Uma reportagem da revista Quatro Rodas mostrou a importância de se dirigir com calma e antecipação. Três motoristas fizeram o mesmo trajeto duas vezes: a primeira usando seu próprio estilo e a segunda com as técnicas de antecipação e trocas de marcha no tempo certo: a redução no consumo foi de até 44%.
DEVAGAR E SEMPRE
Quando o semáforo abrir, vá ganhando velocidade gradualmente, sem acelerações bruscas. Quando ele fechar, vá reduzindo a velocidade para ficar parado o menor tempo possível, algo que também ajuda na segurança contra assaltos. A receita para um consumo baixo é estar sempre em movimento, ainda que devagar. Acelerar e frear bruscamente são atitudes que só aumentam o consumo.
CALIBRAGEM DOS PNEUS
O fato dos fabricantes terem criado pneus de baixa resistência ao rolamento dá bem a medida da importância deles no consumo. Pneus comuns descalibrados, além de diminuírem a estabilidade, aumentam o consumo de combustível em mais de 5%, sem falar que precisarão ser substituídos muito antes do tempo normal. Procure calibrar os pneus toda semana. Se rodar pouco, o intervalo pode ser quinzenal.
O AR-CONDICIONADO
Ar-condicionado é ótimo, mas seu uso subtrai energia do motor e, consequentemente, aumenta o gasto de combustível. Para medir esse efeito, o Guia Quatro Rodas fez um teste em um Palio: o consumo com o ar-condicionado ligado a 100 km/h foi 5,3% pior. Vidros abertos, na mesma velocidade, representaram uma piora de consumo de apenas 0,7%.
Para quem quer poupar ao máximo, é melhor rodar com os vidros fechados e apenas a ventilação forçada ligada. Caso o dia esteja quente, ou esteja chovendo, pode-se ligar o ar-condicionado apenas quando o motor já estiver aquecido. E desligue-o pouco antes de chegar em casa, o que, além de economizar, ainda ajuda a secar os dutos de ventilação e evita o mal cheiro por proliferação de bactérias.
MANUTENÇÃO SEMPRE EM DIA
Saiba que trocando peças baratas e simples já é possível cortar o desperdício em até 25%. É o caso das velas de ignição, que custam menos de R$ 70,00 o jogo, mas que podem piorar o consumo em um quarto se estiverem gastas.
Filtros de ar, de combustível ou de óleo entupidos podem fazê-lo gastar, cada um deles, até 20% a mais. Já alinhamento e balanceamento fora de ordem podem ser responsáveis por 10%, enquanto o catalisador desgastado varia entre 5% e 10%.
CONHEÇA BEM O TERRENO
Se você estiver descendo uma ladeira, aproveite a gravidade. Deixe o carro engrenado e tire o pé do freio. Se precisar diminuir a velocidade, reduza as marchas. Ficar pisando no freio só consome mais combustível. E nunca deixe o carro em ponto morto: isso gasta mais.
A injeção eletrônica sabe quando há pouca exigência no acelerador e corta o envio de combustível ao motor – o movimento das rodas é suficiente para fazer o motor girar. Se uma subida se aproximar, ganhe velocidade lentamente na parte plana, para que seja preciso acelerar menos para chegar lá em cima.
No plano, sinta-se à vontade para pular da primeira para a terceira marcha, mantendo o motor sempre dentro da faixa ideal de rotação. Falando nela, descubra qual é a faixa de torque máximo do motor e, guiando-se pelo conta-giros, mantenha-se lá, especialmente nas ladeiras. Com o tempo, você aprenderá que não é preciso acelerar até o limite de giros para fazer uma boa troca de marcha.
VELOCIDADE REDUZIDA
Um teste feito em fevereiro de 2014 mostrou o quanto a velocidade afeta o consumo. Um Ford Fusion 2.0 a 80 km/h fez 21,6 km/l e gastou 150 minutos para uma viagem de 200 km. A 120 km/h, o consumo aumentou para 10,1 km/l e o tempo caiu a 100 minutos. Para uma redução de 33% no tempo gasto, o consumo mais que dobra: é 103% superior.
Na cidade, apesar de as velocidades serem menores, a lógica é a mesma. Uma boa ideia é sair de casa alguns minutos mais cedo e habituar-se a andar 10 km/h a menos que sua média. E isso ainda pode ajuda-lo a poupar com multas de radares de velocidade.
TROQUE DE CARRO
Essa é a dica mais drástica de todas para cortar o desperdício. Mas, dependendo de quanto você roda, ela merece ser considerada.
Hoje um dos grandes vilões do consumo são os SUVs: eles são mais pesados e têm pneus mais largos e aerodinâmica pior do que os sedãs de mesma base mecânica. Honda City e HR-V compartilham plataforma e motor 1.5, por exemplo. Mas o primeiro obteve nos nossos testes consumo urbano e rodoviário 12,5 e 16,7 km/l, enquanto o SUV fez 10,4 e 13,1 km/l.
Para quem roda 7000 km por ano na cidade, pode representar uma economia de R$ 351,00 (com o litro de gasolina a R$ 3,10). A escolha entre dois carros da mesma categoria também pode fazer uma grande diferença: enquanto o VW Up! registra 14,1 e 17,8 km/l em ciclo urbano e rodoviário, seu rival Chevrolet Onix faz 10,5 e 15,4 km/l. Usando o caso anterior, a economia seria de R$ 528,00 por ano.
Fonte: Revista Quatro Rodas