Como serão os carros do futuro e de que forma se preparar para fazer a manutenção deles?

fev 28

As mídias especializadas do setor automotivo têm falado bastante sobre a incorporação de novas tecnologias nos veículos — possibilidade que, muitas vezes, parece saída de filmes de ficção científica. Nesse cenário, é importante para um mecânico ficar ligado nas novidades e ir se preparando para lidar com os carros do futuro.

Saber como serão as próximas gerações de automóveis mexe com a imaginação dos profissionais do setor, dos apaixonados por motores e dos consumidores em geral. E é difícil saber ou imaginar ao certo como os veículos serão. Afinal, a tecnologia está mudando constantemente e novas soluções são anunciadas todos os dias.

Mas é possível ter uma ideia das novidades que estão por vir para poder se planejar.

Como o profissional mecânico atuará no futuro?

Primeiramente, é importante ressaltarmos que a profissão de mecânico não desaparecerá. Ainda que as mudanças previstas tenham um impacto enorme na indústria de veículos, muitos itens continuarão a ser utilizados, com poucas modificações, por conta de sua eficiência. É o caso dos sistemas de freios, das suspensões e dos eixos, rodas e pneus.

Esses componentes seguirão precisando de manutenção. Pois, ainda que venham a sofrer mudanças, elas não vão alterar a lógica de funcionamento deles. O que provavelmente acontecerá é uma integração de suas peças — e de quase todas do carro — aos sistemas eletrônicos do veículo.

Assim, técnicos mecânicos e autoelétricos, que atualmente trabalham separados, possivelmente, deverão ter um contato maior. Talvez, se tornem um único profissional, que precisará ter conhecimentos, também, de eletrônica e informática automotivas.

Portanto, a atuação do profissional mecânico será mais abrangente, pois os componentes do veículo tendem a ser mais complexos e inteligentes, além de os computadores de bordo e as conexões de rede abrir novas oportunidades.

Confira, abaixo, um breve apanhado de situações em que mecânicos serão requisitados.

Manutenção corretiva

Os carros podem se tornar mais inteligentes, mais seguros e, até, mais resistentes. Mas nada indica que as vias serão perfeitas ou que os erros humanos serão extintos. Por outro lado, máquinas sempre podem falhar em momentos cruciais.

Assim, mecânicos ainda serão bastante exigidos para consertos de automóveis quebrados por conta do uso inadequado ou por envolvimento em acidentes com outros veículos, obstáculos ou buracos na pista.

Substituição de componentes desgastados

A substituição de itens desgastados é outro serviço que não tem nenhuma previsão de extinção. Afinal, o desgaste de peças como coxins, buchas, batentes, pastilhas de freio, anéis de vedação, discos e, inclusive, amortecedores, continuará acontecendo, exigindo profissionais qualificados para as substituições.

Pane elétrica

A eletrônica avançará sobre todos os componentes do veículo e controlará grande parte dos itens mecânicos e internos. Isso permitirá como já vimos que o carro se torne mais inteligente, seguro e eficiente. Mas e se houver uma pane elétrica?

Como os automóveis serão mais complexos, você, como mecânico, vai precisar saber reconhecer onde está o problema para poder dizer se é o caso de trocar uma peça ou um componente eletrônico.

Infecção por programas nocivos

Com a conectividade cada vez mais presente nos carros, tornando-os locais de armazenamento de informações pessoais (como senhas, dados bancários, número de cartão de crédito, perfis em redes sociais e históricos de compras), seus computadores tendem a se tornar alvos de criminosos cibernéticos.

Por isso, as infecções por vírus, Cavalos de Troia e outros malwares passarão a ser mais frequentes e causar falhas no funcionamento do veículo. Portanto, os mecânicos podem se especializar em analisar e diagnosticar esse tipo de problema.

Troca de fluidos e conserto de vazamentos

Como os carros híbridos ainda são as apostas mais prováveis para o futuro próximo da motorização automotiva, o óleo lubrificante e o fluido de arrefecimento, por exemplo, devem ainda ser usados por bastante tempo. Isso significa que os motoristas precisarão continuar as manutenções preventivas, trocando-os na quilometragem correta.

Além disso, vai demorar para que todos os sistemas hidráulicos (como freios e embreagem) sejam substituídos por elétricos. Assim, o conserto de vazamentos ainda será um serviço comum para os mecânicos.

Portanto, não é preciso ter medo de que serviços de reparo mecânico não sejam mais demandados com os carros do futuro. Porém, ficou claro que será necessário se adaptar às mudanças que ocorrerão no mercado automotivo. Quer saber como se preparar para elas? No próximo tópico falaremos.

Como o mecânico pode se preparar para atender as demandas do futuro?

Apesar de o mercado para profissionais mecânicos estar garantido para os próximos anos e ainda demorar um pouco para que as maiores mudanças tenham real impacto na frota brasileira, a tecnologia será gradualmente incorporada aos nossos veículos. Entretanto, esse gradualmente, na Era Digital em que vivemos, pode ser muito rápido.

Portanto, é essencial que os reparadores de automóveis tomem atitudes para se prepararem para as mudanças que, certamente, virão. Assim, a seguir, daremos algumas dicas do que você pode fazer, desde já, para não ficar para trás.

Procurar por especialização

Especializar-se no reparo de determinados componentes e sistemas, como freios e suspensão, pode tornar mais fácil acompanhar as mudanças e a incorporação de novas tecnologias que, fatalmente, acontecerão. Para isso, o mecânico deve procurar constantemente por cursos específicos, de marcas reconhecidas no mercado, para tornar-se uma autoridade no assunto.

Estar antenado às inovações

A indústria automotiva, como já dissemos, está se modernizando continuamente e novas tecnologias podem aparecer, ao mesmo tempo em que outras podem ficar de lado. Assim, acompanhar revistas e blogs especializados no mercado automotivo é importante para manter-se atualizado e não ser pego de surpresa pelas inovações.

Aprender informática e eletrônica

De uma forma ou de outra, todo profissional mecânico entrará em contato com itens da eletrônica automotiva, que ficará cada vez mais presente nos novos carros. Portanto, aprender o básico sobre informática e sobre eletrônica será essencial para ter noção de como esses componentes funcionam e partir para um entendimento mais profundo dos computadores de bordo veiculares.

Saber como realizar diagnósticos automotivos

Os diagnósticos dos motores já são feitos por meio de equipamentos ligados à central eletrônica do veículo. Os chamados scanners automotivos se conectam com a central e conseguem fazer uma leitura da sua memória de trabalho e dos sensores espalhados pelo carro, conferindo se há falhas ou mal funcionamento de algum componente.

Aprender esse serviço, hoje, é essencial para conhecer a eletrônica automotiva atual e continuar aprimorando os conhecimentos nessa área. Estima-se que, até 2020, o número médio de parâmetros de diagnóstico de um veículo triplicará, passando, dos atuais 300, para mais de mil diferentes padrões de funcionamento.

Como serão os carros no futuro?

Uma pesquisa realizada pela consultoria KPMG com quase 1 mil executivos da indústria automotiva de 42 países chegou a uma conclusão: não há resposta certa para essa pergunta. O que se sabe é que as montadoras devem incorporar cada vez mais tecnologias de conectividade com outros dispositivos (como smartphones) e de inteligência artificial aos veículos.

Afinal, os consumidores têm se acostumado ao meio digital como extensão de suas vidas pessoais. Você, por exemplo, consegue imaginar o dia a dia sem o uso da internet? Nesse sentido, comunicação por aplicativos, pesquisas em buscadores, compras online e navegação por GPS são algumas das funcionalidades que tendem a migrar para dentro dos painéis dos veículos.

Além disso, a inteligência artificial pode ter uma grande influência na melhora do trânsito, ao evitar trechos conturbados e diminuir as distâncias de segurança, e na redução de acidentes. Se os carros serão autônomos ou se essas tecnologias serão assistenciais na condução do motorista? É a aceitação (ou não) dos consumidores que vai dizer.

Por conta dessa necessidade em integrar tais inovações, surgem discussões sobre o papel das empresas de tecnologia (como o Google e o Facebook) no setor automotivo. Não se sabe se elas serão concorrentes ou parceiras das atuais montadoras de veículos. A única certeza parece ser a de que elas serão indispensáveis para o desenvolvimento dos carros nos próximos anos.

A motorização nos automóveis do futuro

Outro ponto que parece não haver dúvidas quanto à necessidade de mudanças — e como elas serão inevitáveis — é em relação à motorização. Os preços altos dos combustíveis derivados do petróleo (como a gasolina e o diesel), cada vez mais escassos, e os níveis alarmantes de poluição do ar têm exigido das montadoras inovação.

A grande aposta da indústria são os carros híbridos e elétricos, alimentados com baterias de lítio e combustível (geralmente etanol ou gasolina). No entanto, a autonomia média baixa, a falta de uma rede de abastecimento e o tempo necessário para as recargas ainda são empecilhos para a fabricação em massa dos veículos totalmente elétricos.

Além disso, como em muitas partes do mundo a produção de energia elétrica é baseada na queima de carvão mineral ou de óleo diesel, a adoção de motores movidos a baterias de lítio não compensa por enquanto, principalmente pelo lado ambiental.

As células de hidrogênio podem ser uma solução para esse problema. Porém, elas estão no início de seu desenvolvimento. Ainda precisam de mais estudo para torná-las mais eficientes e baratear a produção do combustível e dos motores. Isso quer dizer que o fim dos veículos movidos a combustão interna ainda está distante.

A tendência é mesmo a popularização de automóveis híbridos em um primeiro momento. Isso mudará significativamente a forma como é feita a manutenção do carro. Isso porque, além de lidar com uma mecânica tradicional, será preciso que os profissionais entendam de elétrica e eletrônica, também.

E essas são apenas algumas das inovações mais significativas que estão por vir. Quer saber quais são as mudanças mais cotadas para aparecerem nas ruas nos próximos anos? Não perca o tópico a seguir! Nele, vamos falar um pouco mais sobre essas novidades.

O que vai mudar nos carros do futuro?

Os automóveis têm mais de cem anos de história e já passaram por diversas fases de desenvolvimento. No entanto, apesar de algumas mudanças terem acontecido nos últimos anos, principalmente em matéria de segurança e de desempenho, seu funcionamento não mudou muito desde sua invenção.

Em outras palavras, continuamos dirigindo carroças motorizadas. Pelo menos até agora. Isso ocorreu muito por conta de como a ciência e a tecnologia evoluíram, até então comandadas pela lógica das máquinas mecanizadas e motores a combustão. Porém, com a eletrônica e a revolução digital, esse cenário tem se alterado com uma velocidade impressionante.

Da mesma forma, o conceito de veículo particular também está mudando. A eletricidade vem tomando o lugar dos combustíveis e ganhando o interior dos carros, juntamente à computadorização das mais diversas funções do automóvel. Nem a popularização dos sistemas de injeção eletrônica pode ser comparada à transformação que está por vir.

Para acabar com o mistério, separamos algumas mudanças significativas que as montadoras estão pesquisando para os carros do futuro. Confira!

Inteligência

Os carros do futuro serão inteligentes. Muito mais do que os atuais, que já são capazes de adaptar a injeção de combustível às condições do momento. Para, além disso, a indústria automobilística prevê que seus veículos passarão a interagir mais com os ocupantes, adaptando-se ao gosto pessoal do motorista e às suas necessidades. Assim, programação de músicas, ajuste do banco e volante, e sugestões de trajetos e destinos serão algumas das funcionalidades mais populares.

Mas os automóveis também vão ajudar na direção, reduzindo acidentes de trânsito ao analisar o ambiente externo, as condições mecânicas e o estado de atenção do motorista. Além disso, vão reagir com alertas, indicações de correção e, em último caso, interferências no volante e nos pedais.

Autonomia

O ápice da inteligência artificial nos veículos é sua capacidade de direção autônoma. Ou seja, a interatividade dos ocupantes com o carro será somente para aproveitar as opções de música, filmes e conforto que a máquina oferecerá. O restante será de responsabilidade do computador de bordo.

Dessa maneira, a possibilidade de os automóveis serem vistos como serviços, não como bens, fica maior. Afinal, com uma quantidade grande de carros autônomos rodando pelas ruas, basta reservá-lo pelo aplicativo de celular e ocupá-lo na hora marcada. Algo como o que já acontece hoje, mas sem a necessidade de um motorista.

Realidade aumentada

Alguns modelos de luxo já utilizam os chamados HUDs (do inglês Head-UP Display, ou Monitor de “Cabeça Erguida”, em tradução livre). Eles projetam informações importantes nos para-brisas, de modo que o motorista não precise baixar os olhos até o painel. No entanto, o próximo passo é fazer com que esses dispositivos mostrem também dados sobre o exterior do automóvel.

Já estão sendo desenvolvidos equipamentos que reconhecem as faixas das pistas, curvas, obstáculos e até fazem a leitura da sinalização de vias, sendo possível manter a direção mesmo em condições de visibilidade prejudicada. Os monitores prometem ainda mostrar mapas, informações do clima e do trânsito, diagnóstico do veículo e alertas de pedestres e ciclistas na via.

Conectividade

Atualmente, já é possível conectar via Bluetooth um smartphone a um carro mais moderno. Isso permite que o computador do veículo colete informações do dispositivo pessoal e as utilize para melhorar a experiência do motorista. Além disso, possibilita usar grande parte das funções do celular sem precisar desviar a atenção do trânsito.

A tecnologia do futuro, porém, prevê uma conectividade muito maior dos automóveis com smartphones, eletrodomésticos na residência do proprietário, equipamentos de sinalização das vias e principalmente com outros veículos. Dessa maneira, podem ser programados para se organizar no trânsito, usando dados lógicos.

Por outro lado, o trabalho dos mecânicos também será facilitado, com conexões entre seus dispositivos (celular ou computador da oficina, por exemplo) e a eletrônica do carro. Assim, será possível ter acesso à leitura e diagnóstico de todos os diversos sensores e atuadores, que ficarão ainda mais numerosos e precisos, monitorando quase todos os aspectos de funcionamento do veículo.

Portanto, a tendência é termos carros mais inteligentes e eficientes, que se conversam e auxiliam na condução e na sua própria manutenção. Para que isso seja possível, será preciso o desenvolvimento e a incorporação de itens de tecnologia avançada nos automóveis. Quer ver quais são? Então, siga sua leitura para o tópico seguinte!

Quais são as principais tecnologias que os carros terão no futuro?

O setor automotivo está sendo invadido por tecnologias para facilitar a vida dos motoristas. No Brasil, por exemplo, a CNH digital (Carteira Nacional de Habilitação) já se mostrou um sucesso, provando que as soluções digitais são muito bem-aceitas e se propagam rapidamente entre os condutores.

Da mesma forma, os lançamentos de carros previstos para os próximos anos trazem inovações em aplicativos e em eletrônica embarcada que prometem revolucionar o modo como nos relacionamos com os veículos. Além disso, algumas novidades da engenharia automotiva que serão incorporadas os tornarão menos poluentes e mais inteligentes.

Veja, a seguir, quais são os itens mais promissores para equiparem os carros do futuro.

Motores elétricos

A motorização elétrica já é uma realidade. Porém, agora, o investimento é para o desenvolvimento de motores a eletricidade mais eficientes. Para isso, montadoras do mundo todo estão focando seus esforços em pesquisas no aprimoramento das atuais baterias de lítio, para aumentar suas autonomias, e de novas tecnologias que possam substituí-las, entregando melhor desempenho.

Um dos exemplos mais promissores é a célula de hidrogênio. O automóvel é abastecido com hidrogênio líquido que, após passar por um processo químico, gera energia e vapor de água. Assim, será possível ter carros de melhor custo-benefício, que poluem menos e precisam de menos manutenção por não utilizarem combustão.

HUD

Como já dissemos, os monitores do tipo HUD permitem que o motorista tenha acesso a diversas informações, tanto das condições do veículo (como consumo, velocidade e diagnóstico de falhas) como das vias (obstáculos, curvas, sinalização e pedestres, por exemplo), sem a necessidade de desviar os olhos do trânsito para o painel.

Essa tecnologia já é utilizada em alguns veículos de luxo, para maior conforto, e em carros esportivos, pois melhoram a capacidade de reação do condutor, importante, principalmente, em altas velocidades. Mas as fabricantes estão aprimorando-os para serem mais completos e baratos, visando popularizar seu uso.

Sensores externos

Os sensores para carros serão importantíssimos nessa nova fase da indústria automotiva. Afinal, eles serão os responsáveis por coletarem todas as informações relativas às vias, ao tempo e ao trânsito, que serão utilizadas pelos computadores do veículo na comunicação com os outros carros, na elaboração das informações dos HUDs e nas ações autônomas dos computadores de bordo.

Hoje em dia, alguns sensores já são usados para indicar proximidade de obstáculos ou outros veículos, localizar faixas de rodagem e analisar condições naturais (como baixa luminosidade, chuvas e temperatura ambiente).

Os novos sensores, no entanto, serão muito mais precisos e potentes, capazes de identificar os menores obstáculos e mensurar distâncias, viabilizando os carros autônomos.

Computadores de bordo

Os computadores de bordo serão mais poderosos do que as atuais centrais eletrônicas. Eles terão a capacidade de gerenciar todas as informações coletadas pelos sensores, bem como, as conexões com outros dispositivos e veículos, além de analisar dados das preferências do motorista e das condições ambientes, para auxiliar em uma condução mais segura e eficiente.

Ainda, serão programados para monitorar a situação das peças e componentes, calculando desgastes e alertando para possíveis falhas. Dessa maneira, a manutenção preventiva se tornará mais racional e específica, levando os proprietários a procurarem com mais frequência serviços mecânicos.

Como deu para perceber, as mudanças nos carros do futuro serão radicais, influenciando toda a indústria automotiva e o modo como nos relacionamos com os veículos. Com a popularização das tecnologias digitais e a exigência pelo uso de energias “limpas”, os carros do futuro tendem a se tornar mais inteligentes e incorporar inovações que vão modificar desde o interior até a mecânica que conhecemos.

Por isso, é importante que os profissionais mecânicos fiquem atentos a essas mudanças e se preparem para atender às novas demandas do mercado.

 

FONTE: NAKATA

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