Conheça alguns cuidados para deixar a lataria com aspecto de nova
Quem viajou na virada de ano sabe que é praticamente inevitável deixar de expor o carro ao sol e eventuais condições climáticas mais intensas, que castigam a pintura, borrachas, partes plásticas e revestimentos do automóvel — sem contar os efeitos danosos da maresia, para quem foi ao litoral, capaz de provocar até ferrugem em peças metálicas.
É importante lembrar que estes danos só acontecem se houver exposição prolongada e constante aos elementos da natureza. Um mês com o veículo à beira do mar, mesmo sob sol a pino, não é motivo de grande preocupação para quem cuida bem do patrimônio — mantendo, no restante do ano, o veículo limpo e em local coberto.
Mas é evidente que para quem mora na praia o cenário ideal é tentar deixar o carro protegido do sol usando protetores. Usar o bom senso e evitar deixá-lo embaixo de árvores previne danos à lataria e à pintura por conta da queda de plantas, frutas e, inclusive, dejetos de pássaros.
Raios UV agridem
Se você comparar um carro que fica todos os dias sob sol com outro idêntico, mantido em local coberto, o primeiro “envelhece” um ano mais rápido que o segundo, em um período de dez anos. Tem casos em que o verniz da pintura chega literalmente a queimar. Portanto, a regra básica é evitar os raios solares. “Os produtos de proteção são paliativos e sozinhos não evitam o problema”, explica Antônio Carlos Cosimato, da Deep Cleaning, empresa especializada em serviços de limpeza e conservação automotiva.
Segundo o especialista, as peças que mais sofrem com o sol são as plásticas e as de borracha, que se deformam e ficam opacas quando expostas por longos períodos. As borrachas, aliás, se ressecam e perdem as propriedades originais — as palhetas do para-brisa e do limpador do vidro traseiro, por exemplo, devem ser substituídas seguindo os prazos estipulados no manual ou a cada seis meses se ficarem muito tempo sob o sol.
Os raios solares também atacam maçanetas, para-choques, lentes dos faróis (que ficam amareladas e/ou com aspecto fosco) e até as borrachas de vedação dos vidros, em casos extremos.
Como se proteger?
Para fazer uma viagem, Cosimato recomenda fazer uma limpeza externa antes de pegar a estrada, com aplicação de cera ou de um selante de qualidade. “Isso ajuda a repelir a água e colabora para que insetos e sujeira não ‘grudem’ na pintura”, avisa. Na volta, o ideal é lavar novamente o carro, sem demora, de forma mais minuciosa, inclusive na parte de baixo, para remover a grama/barro e/ou a maresia.
Outra dica é checar as condições do filtro do ar-condicionado, que costuma ser bastante exigido por conta do calor e da poeira, e substituí-lo se necessário. E, se possível, higienizar o interior. Em modelos com bancos de couro, para mantê-los com aparência de novos, o serviço de hidratação curta a partir de R$ 300 e tem “duração” de seis meses.
A pintura pode ser protegida com cera ou selante (preço médio na faixa dos R$ 50). É recomendado que a aplicação do produto, se feita por conta, seja na sombra. Para quem quiser proteção ainda maior, há a vitrificação, que requer que antes a pintura passe por polimento, serviço que custa cerca de R$ 1,3 mil em compactos.
“O polimento exige bastante conhecimento técnico para entregar o resultado esperado. Além disso, ele não é de proteção, mas uma ação retificadora, para uniformizar, recuperar o brilho e remover imperfeições. Como remove parte da camada de verniz, ele ainda tem um limite. Tem modelos que não toleram mais que três polimentos”, esclarece Cosimato.
Tipos de proteção à pintura
A proteção mais conhecida é a cera, que acrescenta uma película temporária, que dura de um a dois meses, dependendo do produto e da marca. Boa parte das opções disponíveis no mercado também protege a pintura contra os raios UV. O preço inicial, abaixo dos R$ 20, é o maior atrativo.
Depois vêm os selantes sintéticos que, a exemplo das ceras, também acrescentam uma camada de proteção, incluindo contra raios UV, com a vantagem de durar bem mais: até um ano, dependendo da marca e da quantidade de uso do veículo. Naturalmente, seu custo é maior: na faixa entre R$ 50 e R$ 100, aproximadamente.
A proteção mais cara para a pintura de um automóvel (R$ 1,3 mil em um compacto) é a vitrificação, na qual a película protetora é dura como um vidro e forma uma barreira de silício resistente aos efeitos naturais. A durabilidade pode passar de um ano.
“A aplicação do protetor, seja qualquer um dos três, depende muito de como você faz a limpeza. Existem produtos para cada um deles e o correto é consultar as instruções do fabricante. Usar um limpador inadequado acaba removendo cera, selante e até o vitrificador, especialmente se contiver substância ácida”, avisa o especialista.
Fuja sempre de solventes a base de petróleo e do silicone. “Ele acaba penetrando nas borrachas, as resseca e compromete sua elasticidade. E se for usado em plásticos, a reaplicação com bastante regularidade acaba se tornando obrigatória para manter o brilho, sob pena de o material ficar com aspecto opaco e fosco”, completa.
Fonte: Seu Automóvel