A embreagem realiza o acoplamento do motor com o câmbio e garante a transferência homogênea de torque, facilitando também a mudança de marchas. Seu uso em carros manuais, através do pedal esquerdo, é cercado de mitos e questões que geralmente vieram lá do passado. Vamos tentar respondê-las nos tópicos abaixo.
Isso acontece por causa do desgaste do conjunto da embreagem. Quando ocorre, a mola do disco já pode ter perdido de 20% a 30% de sua flexibilidade. A mola do platô se deteriora com o uso, prejudicando todo o mecanismo. Nessas condições, não há outra saída: é preciso trocar o conjunto da embreagem.
O principal responsável pelo desgaste são os pesados choques mecânicos e as altas temperaturas impostas aos componentes. Para prolongar a vida útil da embreagem, o motorista precisa eliminar certos vícios na condução do veículo, como descansar o pé no pedal, “segurar” o carro com a embreagem e o acelerador numa ladeira (em vez de usar o freio de mão) e dar arrancadas bruscas.
Em termos. Não há um consenso a esse respeito. Há quem afirme que essa prática não traz benefício mecânico algum. E há quem diga que, ao se pisar na embreagem, alivia-se o peso no volante do motor, o que é sempre útil, especialmente quando a bateria está fraca para dar a partida.
Também não há consenso. Temos no mercado inclusive modelos manuais que só dão a partida com a embreagem acionada. Há quem ache que, assim, o óleo subiria mais rápido para lubrificar o câmbio. Mas, ao ligar o carro, os pistões se movimentam, lubrificando as paredes do cilindro. A circulação do óleo lubrifica o câmbio quando ele é movimentado.
Claro que sim. A embreagem deve ser sempre acionada tanto no engate quanto no desengate das marchas. Isso evita a quebra dos dentes das engrenagens.
Não. O que acontece é um tranco provocado pela retomada da aceleração do motor. Ao acionar a embreagem, ocorre o desvinculamento rápido do motor com o câmbio e, consequentemente, com as rodas. Isso acelera o desgaste da embreagem.
Isso não é recomendado. Andar com o carro em marcha mais alta que o indicado pode prejudicar o motor e a caixa de mudanças. Nessa situação, o motor pede uma marcha mais baixa para adequar a potência à velocidade do veículo. A potência mal gerenciada faz com que a transmissão funcione aos trancos, causando desgastes.
Isso significa sincronizar a velocidade do motor com a velocidade da engrenagem que será selecionada. Nesse exato momento, você não precisa que a embreagem seja selecionada para o engate.
Para isso, é preciso conhecer as relações de marcha de seu carro para saber exatamente qual rotação deve ser atingira em cada troca (por exemplo, esticar a primeira marcha até os 4.000 rpm e então passar para a segunda a 2.000 rpm, caso a relação entre as marchas seja de 2:1).
Este recurso pode ser importante caso, por algum motivo, você precise movimentar o carro sem utilizar a embreagem (se ela estiver avariada, por exemplo). A troca, porém, tem que ser feita de maneira perfeita, sem arranhar as marchas.
É possível fazer isso em carros de passeio, mas o que se economiza no desgaste de embreagem é muito pequeno diante do risco de você causar um dano maior nas engrenagens e anéis sincronizadores.
O engate forçado durante a troca de marchas pode quebrar ou tirar “lascas” dos dentes das engrenagens do câmbio. Essas “lascas” ficam no óleo de lubrificação do câmbio. Como o bujão do óleo é magnético, ele atrai essa limalha.
É fácil verificar se há limalha durante a troca de óleo do câmbio, pois as partículas grudam no íma do bujão. Constatada a sua presença, o óleo deve ser trocado rapidamente, pois os pedaços de metal danificam as outras engrenagens do câmbio.
Fonte: Quatro Rodas